Especial "O Senhor dos Anéis - Parte 1": explicando a importância da obra literária e o respeito da adaptação com os fãs
É um prodígio constatar o respeito quase sagrado com que Peter Jackson tratou a adaptação para os cinemas de “O Senhor dos Anéis”. Para quem conheceu a obra somente a partir da repercussão das adaptações para o cinema, existe uma ausência de um background que explica essa reverência. Sempre fui um defensor de que as versões para o cinema sobrevivem sozinhas – eis porque também defendo as alterações feitas na adaptação – mas também sou um defensor ferrenho de que saboreia muito mais as três obras quem conhece Tolkien, quem as conheceu antes sequer dos filmes serem anunciados e saciava seus desejos da Terra Média observando os desenhos de Alan Lee, dos irmãos Hildebrandt, Ted Nasmith, John Howe e Angus Mc Bride. Esses fãs, que dessa forma mantiveram acesa a chama da obra, recebem nos filmes um presente especial.
Antes de mais nada, muita gente não entende a idolatria em torno da obra de Tolkien. Falta para muita gente esse conhecimento. “O Senhor dos Anéis” foi eleito o livro do século na Grã-Bretanha. Em números absolutos, só um livro no ocidente foi mais lido do que ele, a Bíblia. A trilogia do anel é o ponto máximo de uma obra que é absurdamente fabulosa. J.R.R. Tolkien, seu criador, notabilizou-se como lingüista, contemporâneo de C.S. Lewis e outros gênos. Lecionou em Oxford, e através de sua paixão por línguas antigas concebeu um universo fantástico. A rigor, considere que O Senhor dos Anéis só existe pela paixão de Tolkien pela lingüística. Encare assim: Tolkien criou línguas com uma estrutura gramatical perfeita: criou os símbolos que representam as letras, criou a fonética, definiu a gramática e até mesmo as exceções gramaticais. O Sindarin, as runas dos anões, a língua élfica, as línguas de vários povos que formam o background da trilogia foram criadas de forma perfeita por Tolkien – a tal ponto que existem comunidades na Inglaterra que falam entre si em élfico – mas para dar um sentido a essas línguas, Tolkien precisava de um mundo. Criou a Terra Média, fez um mapa de suas terras e acidentes geográficos, cada qual com sua particularidade.
E como todo mundo precisa de sentido, criou sua história e seus habitantes, desde o aspecto mitológico – os deuses que criaram a Terra Média – dividindo sua história em 3 eras. É como se a obra de Tolkien fosse o Antigo Testamento e o Novo Testamento da Terra Média. E esse mundo é completo: geograficamente, historicamente e linguisticamente. É a obra de uma vida, espalhada em diversos livros principais( O Silmarillion – o “Velho Testamento” da obra -, Contos Inacabados da Terra Média, O Hobbit, O Senhor dos Anéis... ) com outros complementares – como é o caso de As Aventuras de Tom Bombadil.
Esse processo começou nas trincheiras da primeira guerra mundial, quando esboçou o que seria O Senhor dos Anéis, mas começou com O Hobbit, aventura infanto-juvenil lançada pouco depois que fez enorme sucesso. Os apelos para uma continuação deram origem a “O Senhor dos Anéis” uma obra mais robusta, sombria e pesada, que só seria concluída na metade da década de 50. De lá até 2001, “O Senhor dos Anéis” manteve o posto de obra mais idolatrada da literatura mundial, e a referência para tudo o que se ouvia falar de mitologia: o mago de barbas brancas, trolls, elfos, dragões, anões, paladinos... enfim, todo o universo de aventuras de capa-e-espada e RPG. Não por acaso, a obra de Tolkien foi uma das maiores inspiradoras para George Lucas criar “Star Wars”, espécie de substituto futurista da mitologia de Tolkien. E Tolkien foi inspiração para que CS Lewis criasse “AS Crônicas de Nárnia”.
Quando me refiro ao respeito com que Jackson trata os fãs me refiro à maneira como ele traz vida e mostra aos fãs – como ele, um fã declarado da obra – a sua interpretação. Durante décadas, o mundo de Tolkien foi visto e discutido por artistas e fãs, baseado nas descrições detalhadas que Tolkein dava em seus livros. É por isso que, quando entra na casa de Frodo pela primeira vez, Gandalf dirige-se à sala e a câmera movimenta-se de cima abaixo de forma reverenciosa. É Jackson mostrando com detalhes, e com calma, a casa em Bolsão que durante mais de 40 anos só foi imaginada e vista em desenhos pelos fãs. É por isso que ele desvenda, lentamente, os caminhos, colinas e pequenos cantos do Condado quando Gandalf entra por ele no começo do primeiro filme – porque a visão do condado era algo que pertencia a cada fã, baseado na criação muito particular de Tolkien. É por isso que ele faz questão de dar um close em Isengard antes de desviar a câmera para Gandalf e Saruman em seu primeiro encontro: porque a Isengard que está ali foi imortalizada nos desenhos de Alan Lee durante décadas, e é prontamente reconhecida pelos fãs.
Esse texto é apenas uma introdução. Não tenho a bagagem literária – apesar de ter liso a obra duas vezes – para introduzir o universo de Tolkien. Queria apenas provocar quem não entende toda a louvação em torno de filmes e obras, de que há um imenso universo por trás das 12 horas de filmes vistas nos cinemas, ou mesmo além das milhares de páginas do livro. Um bom passo inicial para conhecer isso é conhecer os artistas que representaram Tolkien para o mundo por décadas. É o assunto do próximo post ( em meio aos posts, estou absorto em uma maratona de 16 horas de filme. Para quem já assistiu, é a melhor forma de entender e sentir novamente toda a carga de emoção e magia imposta por Jackson, bem como sentir melhor a diferença entre os filmes. Até a segunda, devo terminar ela... )
Para quem quiser saber mais sobre Tolkien
http://pt.wikipedia.org/wiki/Categoria:Tolkien
http://duvendor.com.br/
http://www.valinor.com.br/
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Indiscreto (1958)
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Indiscreto é uma comédia romântica marcada por reencontros e regressos.
Antes de mais pelo reencontro de Cary Grant com o realizador Stanley Donen,
com que...
Rapaz. Sua fala sobre o tempo que PJ gasta apresentando calmamente algumas partes específicas do filme foi perfeita.
Aquele início do filme, com a chegada de Gandalf no Condado arrepiou todos os fios de qualquer fã da obra.
Eu mesmo, além de cuidar d'O Cara da Locadora, que faz críticas de filme, já fui presidente da Toca Espírito Santo. A Toca é uma divisão estadual do Conselho Branco, um grupo de discussão sobre Senhor dos Anéis.
Amo muito Tolkien e acho seu Especial Senhor dos Anéis fantástico! Lerei de ponta a ponta.
Parabéns!
Algum site da Toca??
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