Os Profissionais (1966)

Escrito por Fábio Rockenbach





É quase como um filme de guerra ambientado no deserto escaldante do México. No lugar dos castelos na Áustria, uma hacienda mexicana. No lugar dos nazistas, revolucionários mexicanos. Em vez do sotaque alemão, o carregado idioma espanhol. E o que se nota é que Lee Marvin, Burt Lancaster, Robert Ryan e Woody Strode se divertiram à beça filmando “Os Profissionais”. Legal, já que do lado de cá, a gente se diverte também. E não por nenhum ineditismo, já que muito antes da se revelar, a grande surpresa do filme já é bem previsível, mas porque é divertido pra caramba. Marvin, com seu jeitão taciturno, parece ser quem mais se diverte. Às vezes, ele parece a ponto de estourar em uma gargalhada contida, mesmo com aquele jeitão de avô bravo. Isso é alto astral. Burt Lancaster, ao menos, pôde rir à vontade – seu personagem é um bonachão. O mais deslocado é Robert Ryan, que não sabe como compor seu personagem, parece ser o elemento deslocado de toda equação. Os três, junto com Woody Strode, são os melhores naquilo que fazem, profissionais contratados por um barão do gado para resgatar sua jovem esposa ( Claudia Cardinale ) seqüestrada por um bandido mexicano ( Jack Palance ) que os personagens de Marvin e Lancaster conhecem bem: foi seu companheiro de luta durante a revolução mexicana.
Boa parte do filme se desenvolve em meio à jornada do recém formado grupo e na relação de Marvin e Lancaster – dois amigos que não dão muita bola para os outros, mas respeitam a palavra empenhada de um para outro, principalmente Lancaster, o menos confiável. O resgate em si, e toda a operação que o antecede, lembra um típico filme de aventura ambientado na segunda guerra mundial, território que Marvin conheceu bem em sua carreira. Mas o melhor, mesmo, vem após o resgate, na fuga em direção á fronteira e o embate de Lancaster com a guerrilheira, Chiquita, um affair sem apego dos tempos da revolução, e um desesperado Palance. Algumas coisas soam forçadas demais – “Por que descobri o que faz uma mulher valer 100 mil dólares” – mas nada disso tira a graça e o charme de um western que merecia ser (muito) mais conhecido. Talvez tenha faltado um nome mais conhecido na direção ( e, sim, isso foi hipocrisia da minha parte, tendo Richard Brooks, diretor de "A Sangue Frio" e "Gata em teto de Zinco Quente" assinando a direção)

1 Comentários:

  1. Anônimo disse...

    Esse filme é muito legal!
    Assisti faz muitos anos e agora estava tentando descarregá-lo para uma amiga que queria vê-lo.
    Este filme dos profissionais confiaveis teve muito exito nos anos 90.