Austrália - A volta dos épicos românticos?

Escrito por Fábio Rockenbach



Talvez o título seja exagerado, e a previsão seja uma furada. Mas basta uma olhada de leve no primeiro trailer de "Australia" para sentir um misto de "já vi isso antes" com "ainda bem que voltou." O cinema americano foi forjado na tradição dos grandes épicos românticos. A Era de Ouro dos anos 30 não ganhou esse nome senão pelo estrondoso sucesso de ...E O vento Levou. Assim Caminha a Humanidade, As Neves do Kilimanjaro, Doutor Jivago e outros não estão no imaginário popular por acaso. Pássaros Feridos não é provavelmente a minisérie de maior sucesso de todos os tempos apenas por ter Richard Chamberlain no auge da popularidade. O público, aquele para quem os filmes são feitos, gosta de se refugiar em um romance épico da mesma forma que fazia antigamente nas páginas dos livros do gênero. E mesmo os marmanjos com mais massa cerebral sabem reconhecer as virtudes quando elas aparecem. Dá pra começar a fazer isso no trailer ( mais abaixo )


À primeira vista pode parecer forçado. Basta uma rápida olhada na data de estréia do filme -metade de novembro de 2008 - para perceber a jogada esperta de marketing. os chamados "filmes de oscar" das produtoras são lançadas nos meses de novembro e dezembro, para ficarem mais "quentes" na memória dos votantes da Academia quando as cédulas chegam às suas casas, no começo do ano seguinte. "Austrália", novo filme de Baz Luhrman ( Romeu + Julieta, Moulin Rouge ) não está estreando perto do final do ano só por uma providência do destino ou planejamento das filmagens. Ele é "o" filme de Oscar da 20th Century Fox.



O que alimenta a esperança de quem esperava a volta desse estilo de épico romântico - e se frustrou com "Cold Mountain", que prometia ser esse filme anos atrás - é o fato de Baz Luhrman estar na direção. E a certeza de que o diretor, mais do que um mero operário de fórmulas, costuma criar as suas próprias e ser fiel ao seu estilo.



O primeiro trailer, no entanto, parece mostrar que Luhrman, se mantém algumas características peculiares do seu estilo visual e narrativo, cedeu à tentação - e quem disse que é ruim? - das grandes panorâmicas, dos movimentos de câmera em grua, das silhouetas ao pôr do sol, da fotografia "á la David Lean" na história da aristocrata inglesa ( Nicole Kidman ) que herda uma grande extensão de terras na Austrália durante a segunda guerra mundial. enfrenta a resistência de grandes donos de terra do país e atravessa terras hostis levando 2000 cabeças de gado na companhia do cavaleiro interpretado por Hugh Jackman. Luhrman já fez Ewan McGregor ter química com Kidman, e ao que parece, fará o mesmo com Jackman.
Luhrman parece ter cedido à tentação do grande épico... que beleza. Que venha novembro.

PS: Não encontrei referências à trilha sonora, portanto não sei se a trilha do trailer é a do filme. Caso alguém saiba, agradeceria a informação. Abaixo segue um vídeo de bastidores com o fotógrafo da produção e o primeiro trailer.






1 Comentários:

  1. Anônimo disse...

    Estou ansioso. Um trabalho do Baz Lurman depois de tanto tempo, pelo trailer vai ser ótimo.